O Milagre do Amor

Recebemos esta mensagem do leitor Lucas Helamã.
Ele fez para sua noiva, Penélope, contando sua experiência desde o início do relacionamento deles até a decisão do casamento. Os dois se casarão em Fevereiro! Viva!! :)

Apesar do propósito ser uma declaração de amor, lendo essa mensagem podemos aprender um pouco mais sobre como devemos amar e temos vários ensinamentos dos líderes da Igreja.

Aproveitem!

Grande parte do nosso aprendizado no evangelho de Jesus Cristo é decorrente dos bons exemplos e experiências inspiradoras vividas por nossos profetas e apóstolos, assim como nossa própria família.

Quando estava refletindo sobre isso pensei: “- Será possível me edificar contando a mim mesmo minha própria experiência? Usar comigo mesmo meu próprio exemplo? O que aprendi e o que isso me ensina hoje?”.

Por muitos anos me questionei como sabemos que amamos tanto uma pessoa ao ponto de chegar até o casamento. Compartilhei esse pensamento que tinha com minha noiva Penélope no início de nosso relacionamento, e juntos chegamos a conclusão que não existe uma fórmula secreta, nem um simples passo a passo que te conduz ao amor verdadeiro, e ao Templo do Senhor.

Então, comecei a prestar atenção nas pequenas coisas e principalmente no que mais nos fortalecia como casal: as inspiradas citações do evangelho, que compartilhávamos um com o outro. Lembro-me bem da primeira compartilhada que foi o alicerce para o que hoje chamo de o “Milagre do Amor”. O Presidente Dieter F. Uchtdorf declarou: “Se uma pessoa esta disposta a me aceitar imperfeita como sou, então eu também devo estar disposto a ser paciente com as imperfeições dos outros. Como você não vai encontrar perfeição na outra pessoa e ela também não vai encontrar perfeição em você, sua única chance de perfeição está em se tornarem perfeitos juntos."

Podemos pensar que até parece um pouco clichê dizer que não encontraremos perfeição no outro, já que nosso homem natural tende a dizer indubitavelmente a todo tempo que ninguém é perfeito. Claro que na grande maioria dizemos isso para justificarmos algum erro ou atitude. Mas ao olharmos a essência dessas palavras do Presidente Uchtdorf , aprendemos que não se trata somente da busca da perfeição e sim da construção de braços acolhedores capazes de ensinar com amor e companheirismo. Mostrar que não somos perfeitos através desse dizer popular “ninguém é perfeito”, só nos traz na verdade um sentimento de alívio no momento em que nos eximimos da responsabilidade do que não fizemos para o outro, e que tínhamos ou poderíamos ter feito.

Depois de algum tempo aprendi como colocar em prática essas palavras inspiradoras sobre a busca da perfeição, através de um simples conselho do nosso glorioso Presidente Gordon B. Hinckley, quando nos ensina sobre a felicidade: “A felicidade no casamento não é tanto uma questão de romance, mas uma preocupação sincera com o conforto e bem estar do companheiro, isto envolve a disposição de se tolerar fraquezas e erros”.

Agora, eu já sabia que existe sim uma fórmula para se amar tanto alguém ao ponto de chegar ao casamento. Nossa simples consciência de que somos filhos mortais de Deus nos possibilita a compreensão de que somos imperfeitos por nossa mortalidade, mas dotados de grande poder divino para suportar tais imperfeições.


Um olhar positivo

Grandes descobertas na humanidade só foram possíveis depois de várias tentativas de colocar em prática sua fórmula original. Mesmo agora depois de aprender que existe um meio que a felicidade no relacionamento pode ser encontrada e que o amor pode sim ser construído, esse conhecimento não adiantaria de nada se não fosse colocado em pratica, e repetido em caso de algum fracasso.

Todos nós temos a infama tendência de exigirmos do Senhor que nossos problemas sejam resolvidos instantaneamente quando bem o solicitamos. Não só para a solução de problemas, mas exigimos também bênçãos imediatas que podemos nem estar preparados para receber. Fazemos isso até com nosso Pai Celestial que nunca nos virou as costas e sempre está de braços abertos para nos acolher a qualquer momento. Então pergunto: “- Como está nosso nível de exigência com nosso companheiro (a)”?

Nosso amado profeta Presidente Thomas S. Monson nos ensinou que: “A vida é cheia de dificuldades, algumas pequenas e outras mais sérias. Parece haver um estoque inesgotável de desafios para todos. O problema é que geralmente esperamos por soluções instantâneas esquecendo que a virtude celestial da paciência é necessária”.

A virtude celestial da paciência é um dos catalizadores sobre a construção de um amor verdadeiro. Através dela nós podemos não só evitar pequenos a grandes problemas conjugais, como também desviar nossa atenção dos defeitos e fraquezas uns dos outros e magnificar em nossos olhos as grandes qualidades que se encontram obstruídas pelo nosso orgulho e falta de paciência. Um olhar vigoroso sobre as qualidades do companheiro (a) sempre é um ponto relevante do crescimento mutuo.


Para o tempo e pela eternidade

No Livro de Mórmon temos emocionantes histórias de batalhas e guerras que eram travadas entre o povo do Senhor e os Lamanitas que eram contra seus ensinamentos. Em Alma aprendemos que: “Não obstante os nefitas eram movidos por uma causa melhor(...) lutavam por seus lares e sua liberdade, suas esposas e seus filhos e por tudo que possuíam; sim, por seus ritos de adoração e sua igreja.(...)E novamente disse o Senhor: Defendereis vossas famílias mesmo até o derramamento de sangue.”

Hoje não nos é requerido pelo Senhor morrer por nossos entes querido. Aprendemos como damos a vida por eles com as palavras do Elder Cláudio R. M. Costa: “Podemos dar a vida por nossos entes queridos, não morrendo fisicamente por eles, mas vivendo por eles: oferecendo nosso tempo, estando sempre presentes em sua vida, servindo a todos, sendo gentis e carinhosos, demonstrando o verdadeiro amor pelos membros da família como ensinou o Salvador”.

Foi então que percebi algo totalmente oculto em mim. Enquanto eu estive preocupado em aprender como chegar a esse amor tão forte capaz de dar minha própria vida por minha companheira, me esqueci de viver por ela.

Quando comecei a ser gentil e a ajuda-la em pequenas coisas como na preparação de uma festinha de aniversário, ou mesmo no simples fato de uma conversa consoladora, recebi um amável cartãozinho no intervalo de uma reunião de domingo que dizia: “Melhor serem dois do que um... Porque se um cair, o outro levanta o seu companheiro. Obrigado por ser meu companheiro e principalmente por cuidar de mim! Amo Você!”.

Que sentimento maravilhoso saber e sentir que é real, sim o amor é verdadeiro, a fórmula existe e está nos pequenos e simples gestos que demonstramos a quem nós dizemos: Eu te amo.

Aprendi com meu avô uma lição simples e que nunca me esqueci.

Há alguns anos ele vem passando por uma grande provação com minha avó, com problemas médicos. Lembro que uma vez conversando com ele, me disse que a maior alegria dele hoje, é quando está cuidando dela é a força do Senhor para suportar as aflições e cuidar daquela que é sua companheira há 50 anos. Frequentando o Templo e desenvolvendo seus chamados para o Senhor.

Nesta mesma conversa me ensinou uma coisa: “O desejo justo é sempre concedido pelo Senhor”. O Pai Celestial está no controle de nossas vidas, Ele anseia nos abençoar, Ele nos deu a fórmula da felicidade, aprendi que tudo é possível aos olhos do Senhor nas palavras do Elder Joseph B. Wirthlin: “Como é maravilhoso saber que o Pai Celestial nos ama, mesmo com todos os nossos defeitos! Seu amor é tão intenso que, ainda que nos consideremos um caso perdido, essa nunca será a opinião Dele. A percepção que temos de nós mesmos se baseia apenas no passado e no presente. Mas a visão que o Pai Celestial tem de nós é eterna. Ainda que nos contentemos com menos, o Pai Celestial não o faz, pois nos vê como os seres gloriosos que podemos nos tornar. O evangelho de Jesus Cristo é um evangelho de transformação. A partir de homens e mulheres terrenos, refina-nos para que nos tornemos homens e mulheres eternos.”

São princípios simples de respeito e admiração que nos mantém no caminho pelo amor verdadeiro. Agora sei que o amor não te leva apenas até o casamento, mas permanece por anos até que esse estágio terreno seja concluído e passe a ser um amor não de apenas filhos mortais de Deus, mas de homens e mulheres eternos, selados pelo santo sacerdócio e construído por um desejo justo.

Eu sei, é verdade, o amor existe e te leva sim ao convênio celestial do casamento, e quando isso acontece você sabe que o milagre do amor é real. Sei disso, sou fruto disso e testifico disso. A felicidade está a um passo do nosso esforço. O Pai Celestial nos ama, Jesus Cristo vive e está sempre ao nosso lado para nos fortalece, as famílias são a base e o foco da eternidade e podemos sim estar juntos para sempre.

Em nome de Jesus Cristo. Amém.